sábado, 27 de novembro de 2010


É desconcertante
As formas que o teu corpo descreve
A subtileza com que escorregas
O teu cheiro que me faz agua na boca,
E quando me tocas nos lábios,
Descargas de satisfação percorrem meu corpo
Numa mistura de saudade, satisfação
E numa ansiedade crescente.
A cada segundo ao teu lado
Minha temperatura sobe,
Minhas ideias baralham-se
As palavras voam rumo a liberdade,
Muitas vezes sem sentido algum,
Outras, com um grande sentido poético e de sabedoria,
Mas após horas dessa fusão de seres,
Na maior parte das vezes
Já com as pernas bambas,
Sem equilíbrio nem compostura
Levanto cambaleando-me
E… declamo-te alguns versos
Encima duma mesa, cadeira, ou mesmo do chão
Com a língua já pesando o dobro do peso.
… Se eu não te amasse… tanto
Se também não te bebesse brando?
E quando te vejo,
Nu, nos copos,
Sou logo enfeitiçado
Pelo teu sabor
E deixo-me embriagar pelo teu ser
E luto para que este teu corpo e cheiro sejam só meus,
E que mais ninguém os sinta
E apesar dessa dança de imagens a minha frente…
Ainda estou morto de sede pelo meu puro vinho

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