quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

sábado, 27 de novembro de 2010



Antes de chegar ao chão
As pulgas já tinham saltado de mim
E só tinha tropeçado num se
Se eu cair
Se eu perder
Se não puder

E sem minha carne esfriar
Larvas de moscas já habitavam em mim
Convites para um festim
Já circulava em comunidades de abutres
Hienas dançam ao ritmo do ronco de suas barrigas
E meu nome já faz parte da lista dos bons rapazes

Mesmo antes de eu cair
Tinha achado o merecido
Mesmo antes de eu partir
Vinha um cortejo atraz de mim



Num simples gesto

Abraçar o infinito

Com os braços fechados
E o finito nunca acabar
Encontrar o fim
E nunca parar
Aperceber-se do todo
...O imensurável
Atingir o inominável
E jamais viver
Sentir a vida
Anular o tempo
E ser
Mas não ser

Nem eu, nem você

Fechar as portas

Abrir para o mundo
E deixar ser
E não, ser
Olhar a volta
Partilhar sem temer
Banir a posse e permanecer...

É desconcertante
As formas que o teu corpo descreve
A subtileza com que escorregas
O teu cheiro que me faz agua na boca,
E quando me tocas nos lábios,
Descargas de satisfação percorrem meu corpo
Numa mistura de saudade, satisfação
E numa ansiedade crescente.
A cada segundo ao teu lado
Minha temperatura sobe,
Minhas ideias baralham-se
As palavras voam rumo a liberdade,
Muitas vezes sem sentido algum,
Outras, com um grande sentido poético e de sabedoria,
Mas após horas dessa fusão de seres,
Na maior parte das vezes
Já com as pernas bambas,
Sem equilíbrio nem compostura
Levanto cambaleando-me
E… declamo-te alguns versos
Encima duma mesa, cadeira, ou mesmo do chão
Com a língua já pesando o dobro do peso.
… Se eu não te amasse… tanto
Se também não te bebesse brando?
E quando te vejo,
Nu, nos copos,
Sou logo enfeitiçado
Pelo teu sabor
E deixo-me embriagar pelo teu ser
E luto para que este teu corpo e cheiro sejam só meus,
E que mais ninguém os sinta
E apesar dessa dança de imagens a minha frente…
Ainda estou morto de sede pelo meu puro vinho

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

terça-feira, 23 de novembro de 2010